"Ocasionalmente fiquei à observar o balançar dos bambus num entardecer de um dia qualquer. As folhas, queimando com o brilho do Sol, se agitavam freneticamente... por alguns instantes me pareceram libélulas.
O curioso foi imaginar como me pareciam livres e felizes, apesar de estarem presas aos galhos daquelas árvores, talvez porque seja o fato de estarem presas que as mantém vivas.
Assim são as pessoas. Elas são felizes porque há algo que as prende que também as mantém vivas, como o oxigênio que perpetua a pequena chama da vela acesa, ao menos até que o pavio acabe, a vida se extingua e as libélulas deixem os bambus... Mas o que realmente terá importado é que a chama manteu a vela viva, mesmo consumindo-a. É belo, é trágico, é cíclico.
Como eu queria um dia me tornar uma libélula..."