sexta-feira, novembro 09, 2012

Sobre chamas e libélulas

   "Ocasionalmente fiquei à observar o balançar dos bambus num entardecer de um dia qualquer. As folhas, queimando com o brilho do Sol, se agitavam freneticamente... por alguns instantes me pareceram libélulas.
   O curioso foi imaginar como me pareciam livres e felizes, apesar de estarem presas aos galhos daquelas árvores, talvez porque seja o fato de estarem presas que as mantém vivas.
   Assim são as pessoas. Elas são felizes porque há algo que as prende que também as mantém vivas, como o oxigênio que perpetua a pequena chama da vela acesa, ao menos até que o pavio acabe, a vida se extingua e as libélulas deixem os bambus... Mas o que realmente terá importado é que a chama manteu a vela viva, mesmo consumindo-a. É belo, é trágico, é cíclico.
   Como eu queria um dia me tornar uma libélula..."

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