sábado, outubro 15, 2011

Viúva Negra

E eis que a noite vem me abraçar em frio afeto no seu imparcial em minha face. E a lua então, derrama suas lágrimas no mar mesclada à garoa que agora cai no mar.
No encontro do doce com o salgado a única diferença só é notada no paladar. As águas límpidas e claras, porém negras, refletem umas as outras e o mar tenta ao máximo refletir o céu, numa tentativa de tomar o seu lugar.
Porém na noite, tudo é negro, as gotas de chuva, o mar e a própria dona da noite, encoberta por nuvens tristes e sádicas. E num céu sem lua, todas as almas se perdem, sem colo e sem afeto. Não há uma gota sequer de esperança.
É em uma noite como essa que olhamos para dentro de cada um de nós. Da mesma forma como o céu olha para si, ao tocar o mar. Mas então...as vibrações tornam tudo turvo e nenhuma visão é clara o suficiente.
A noite, negra, seu vestido que nos envolve nesse clima de luto por não poder contemplar tamanha beleza, ou então por não conseguirmos ver a nós mesmos.
Só resta o fechar dos olhos e tentar ver com os olhos da alma tudo aquilo que os nossos não permitem ver.

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